A espécie araucária é considerada um fóssil vivo, pois surgiu na Era Mesozóica, no período Jurássico-cretáceo, há cerca de 200 milhões de anos (GOLFARI, 1971), atravessou diversos períodos geológicos, como de glaciação, resistindo a rigorosos processos naturais seletivos e sofrendo uma delimitação natural das áreas de ocorrência.
Em toda a América do Sul é possível encontrar a presença dos povos que habitavam o continente antes da vinda dos europeus, os Kaingang, sendo considerado o terceiro grupo indígena maior no Brasil (VEIGA, 2006). Registros arqueológicos mostram sua presença na região Sul do país a mais de 8.000 anos, ocupando principalmente as florestas de pinheirais (o que significa: vastas regiões do Paraná e Santa Catarina, a região do sul-sudoeste paulista, o planalto riograndense e parte de Misiones, na Argentina) (D'ANGELIS, Lingüista). Esse grupo utilizava muito a Araucária em sua cultura e alimentação, transformando os pinhões em farinha ou comendo-os assado. Como coletores tinham suas próprias técnicas para aumentar a durabilidade das pinhas, impedindo as sementes de brotar. Estas eram guardadas sob riachos com água corrente.
No Brasil, até o início do século XX a floresta em que a Araucária pertence, Floresta Ombrófila Mista ou Floresta com Araucária, era uma paisagem predominante da região Sul do país. Por ser uma árvore com madeira de boa qualidade fez com que fosse intensamente explorada, principalmente após a construção da Estrada da Graciosa, ligando Curitiba-Antonina, em 1873, construção da Estrada de Ferro de Paranaguá-Curitiba, em 1885 e do ramal Morretes-Antonia em 1891, pois facilitou a locomoção das toras para o litoral paranaense. Calcula-se que entre as décadas de 50 à 60, a madeira desta espécie figurou no auge das exportações do Brasil, sendo que para este feito foi preciso derrubar milhões de árvores.
A Araucária está intimamente ligada à nossa história econômica, cultural e social, por isso deve-se ser respeitada, valorizada e preservada.