Por: Eng. Florestal Marcelo Lubas
Secretário e pesquisador da FUPEF
Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná
Para contribuir com a construção da política pública do Plano Nacional de Produtos da Sociobiodiversidade, em andamento, o atendimento da FUPEF ao convite do Ministério do Meio Ambiente, através da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável e de programa da Agência de Cooperação Técnica Alemã - GTZ, para ser capacitada na metodologia Value Links Biodiversidade, oportuniza a atuação da FUPEF como instituição facilitadora dos processos de melhoria de cadeias produtivas da sociobiodiversidade.
Assim, a partir de agora, o Estado do Paraná poderá contar com um reforço metodológico para a promoção da conservação e do desenvolvimento econômico de produtos da sociobiodiversidade, e o pinhão poderá ser o principal produto a ser trabalhado, dentro da visão do bioma Mata com Araucárias.
O Bioma Mata com Araucárias (Floresta Ombrófila Mista) atinge além dos estados do Sul (Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul), parte do Estado de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro (embora em áreas bem menores de atingimento). Entretanto, pode-se considerar 6 estados contemplados com este bioma e em que a promoção da cadeia produtiva do pinhão pode ser trabalhada.
Em área significativamente maior, do ponto de vista de atigimento de território por área total do Estado, e o tamanho desta área de atingimento, o Estado do Paraná é o que apresenta maior representatividade e, além disto, o símbolo do Estado do Paraná é a árvore de araucária (Araucaria angustifolia) – pinheiro-do-Paraná, árvore da qual se obtêm o seu fruto (semente), o pinhão.
O pinhão poderá se juntar a outros produtos já consolidados na construção da política nacional, tais como a Castanha do Brasil, o Babaçu, outros em consolidação, como o Pequi e a Piaçava, e ainda outros produtos territoriais já identificados, na região amazônica e no nordeste brasileiro.
O Paraná possui outros produtos importantes que também poderão ser trabalhados, tal como a Erva-mate, o palmiteiro-juçara e diversas frutíferas nativas.
Um dos objetivos é a promoção da sustentabilidade da atividade de extrativismo, valorizando povos e comunidades tradicionais e a agricultura familiar, visando criar um ambiente favorável para a conservação e o desenvolvimento econômico das atividades extrativistas.
A metodologia de capacitação realizada nos dias 22 a 26 de fevereiro e permitirá um melhor planejamento para a conformação de um arranjo de instituições em prol de uma finalidade em comum, na promoção da cadeia de valor do pinhão, buscando-se novos mercados e a agregação de renda às comunidades e povos tradicionais, além de diversos outros benefícios que poderão ser oportunizados.
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